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Fim das ilhas de calor? Corredor Verde chega para refrescar Salvador

A Prefeitura de Salvador lançou nesta sexta-feira (22) o programa Corredor Verde, iniciativa que reforça o compromisso da capital baiana com a sustentabilidade e a adaptação às mudanças climáticas. A ação começou com o plantio de 115 árvores de grande porte na Avenida Manoel Dias da Silva, na Pituba, mais do que dobrando a quantidade já existente no local. Até o fim de setembro, a via passará a contar com 192 árvores.

O prefeito Bruno Reis destacou os impactos da medida:

“O mundo enfrenta os efeitos do aquecimento global. Cabe a nós, prefeitos, adotar práticas que tornem nossas cidades mais sustentáveis. Aqui, investimos R$ 1,8 milhão no plantio de árvores que vão melhorar o conforto térmico e a qualidade de vida da população”, afirmou.

Inspirado em experiências internacionais, como o projeto de Medellín, na Colômbia, que reduziu em até 2°C a temperatura local, o Corredor Verde prevê a expansão do programa para outras seis vias movimentadas até 2028, além do bairro Dois de Julho. Entre elas estão a Rua Silveira Martins, Av. Dom João VI, Av. Fernandes da Cunha, Av. Jequitaia, Av. Juracy Magalhães e Rua Cônego Pereira.

Segundo o secretário da Secis, Ivan Euler, o projeto foi desenhado respeitando as características ambientais de cada área:

“Na Pituba e Amaralina, por conta da proximidade com o mar, estamos plantando espécies adaptadas ao salitre, como o oiti e o abricó-de-praia. Já em áreas centrais, entram ipês, jacarandás e pau-brasil”, explicou.

A presidente da Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF), Tânia Scofield, ressaltou que os critérios para a escolha das vias consideram não apenas o conforto ambiental, mas também a necessidade de revitalizar áreas que perderam dinâmica social e econômica.

Sustentabilidade em destaque

Nos últimos anos, Salvador se consolidou como referência em sustentabilidade urbana. Segundo levantamento da rede MapBiomas, a capital baiana é a segunda do Brasil em percentual de vegetação urbana (26,2%), atrás apenas de Rio Branco (AC).

Esse resultado reflete um conjunto de iniciativas que já garantiram o plantio de mais de 130 mil árvores, a preservação de 26 mil km² de Mata Atlântica e a requalificação de 600 praças verdes nos últimos quatro anos. Entre os projetos recentes, estão o Jardim Etnobotânico em São Marcos, o Centro de Interpretação da Mata Atlântica no Bonfim e o Viveiro de Restinga em Stella Maris.

A cidade também é destaque em políticas climáticas: entre 2019 e 2022, houve redução de 41% nas emissões de gases de efeito estufa no setor de uso do solo, e Salvador lidera o ranking de menor emissão de CO₂ per capita entre as capitais brasileiras, com índice de 1,06, segundo o Mapa da Desigualdade entre as Capitais.

Foto: Divulgação / Prefeitura de Salvador