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O outro lado da Ponte: veja o que moradores de Itaparica pensam sobre as obras

O Governo da Bahia iniciou uma nova etapa de diálogo com comunidades tradicionais da Ilha de Itaparica. Através da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial dos Povos e Comunidades Tradicionais (Sepromi), estão sendo realizadas consultas prévias, livres e informadas com grupos que vivem, trabalham ou exercem atividades religiosas nas áreas impactadas pela construção da Ponte Salvador-Itaparica.

As reuniões têm como objetivo apresentar o traçado do sistema viário, os programas ambientais previstos durante a obra e outras ações voltadas ao desenvolvimento social e econômico da região. Além disso, os encontros abrem espaço para que moradores, lideranças e representantes comunitários compartilhem sugestões, preocupações e demandas diretamente com os órgãos envolvidos no projeto.

Após a apresentação institucional, os participantes são convidados a participar de oficinas colaborativas. Nessas rodas de diálogo, divididos em grupos, os moradores contribuem com suas perspectivas, ajudando a moldar o projeto de forma mais próxima à realidade e aos interesses locais.

A iniciativa faz parte de uma construção coletiva e respeitosa com os povos tradicionais da região, garantindo que seus saberes e modos de vida sejam reconhecidos e levados em conta. “Nosso objetivo é promover um diálogo intercultural, onde as comunidades tenham espaço real para se posicionar sobre as transformações que as afetam”, explica Valdicley Vilas Boas, da Sepromi.

O primeiro encontro aconteceu em 16 de junho, no Fórum de Itaparica, com participação da comunidade cigana da Praia da Cajá, Rua do Fórum e Vila Cigana. Já no dia 18, foi a vez dos pescadores e marisqueiras das localidades de Ponta de Areia, Amoreiras, Areial, Manguinhos, São João de Manguinhos, Porto dos Santos, Ilha Verde, Urbis e Bom Despacho, em evento realizado na Colônia Z-12.

Também acompanham as escutas a Secretaria de Infraestrutura (Seinfra), o Inema e representantes da Concessionária responsável pela obra. Segundo Carlos Prates, gerente de Comunicação da empresa, “o compromisso é garantir total transparência e construir programas e ações que dialoguem com as reais necessidades da população local”.

A agenda de consultas continua nas próximas semanas com novas reuniões voltadas a comunidades de pescadores, marisqueiras e povos de matriz africana. A iniciativa integra as exigências do processo de licenciamento ambiental da obra e reafirma o compromisso com o desenvolvimento sustentável e o respeito à diversidade cultural da Bahia.

Foto: Divulgação Ponte Salvador-Itaparica